Sonhos Lúcidos e Consciência Onírica
che está fora de nós influencia a trama onírica. Este era um sonho verídico; não era premonitório. Não sei se vocês já tiveram sonhos premonitórios, mas, por exemplo, quando eu ensinava no secundário, falei dos sonhos premonitórios e havia três ou quatro rapazes que já tinham tido. É algo muito comum ter, pelo menos uma vez na vida, um sonho premonitório. Uma outra forma diferente são os sonhos lúcidos. São aqueles onde nós tomamos consciência do nosso sonho. Estes são os mais divertidos porque nestes sonhos - não sei se alguém aqui já teve este tipo de sonhos. Pergunta - Quando estamos no sonho e sabemos que estamos a sonhar e, ao mesmo tempo, estamos conscientes de que estamos a dormir? - Certo. Esse é um primeiro passo de um sonho lúcido. Nesse momento, o que é que deverias fazer? Deverias, no sonho, sem acordar - porque o que acontece, geralmente, é que uma pessoa acorda - então, sem acordar, ficando no sonho, fazer um ato voluntário. Por exemplo, fazer o sinal da Cruz. É a parte mais difícil. É através da autossugestão que nós conseguimos lembrar-nos do que devemos fazer, porque, naquele momento a nossa vontade está adormecida e é muito difícil lembrar o que estamos a fazer e o que devíamos fazer. Portanto, é preciso memorizar antes o que queremos fazer. Mas, no momento em que vocês se lembram que estão num sonho, devem fazer um ato. Pode ser, por exemplo, fazer o sinal da Cruz. Pergunta - Se tu quiseres fazer esse ato e tu estás consciente e conseguires fazê-lo, é leve? - Sim. Vamos ver: há coisas que não são tão fáceis de fazer porque, muitas vezes, uma pessoa pensa que está acordada no sonho, mas ainda não consegue fazer atos voluntários e, depois, porque perde a consciência continua no sonho. Mas, se pelo contrário, vocês conseguem fazer um ato voluntário, depois podem fazer tudo, podem mudar tudo no sonho à vossa volta. Teoricamente, pois na prática há coisas que não são tão fáceis de mudar. Ou seja, o que acontece é que, na verdade, fazer algumas coisas é muito simples se vocês acordam no sonho. Mas outras coisas desafiam a censura do vosso subconsciente porque no final vocês não acreditam verdadeiramente que estão a sonhar e que podem fazer tudo. Por exemplo, se vocês tivessem... não sei... Levantar uma cadeira defronte de mim com uma pessoa. No meu sonho, eu poderia fazê-lo sem problemas, mas muitas vezes é difícil fazê-lo enquanto estou a olhar para a cadeira. Portanto, a coisa melhor é voltar-se para o cenário, depois voltar-se de novo e ver o cenário mudado. Ou, por exemplo, voar. É muito simples voar. É muito comum as pessoas sonharem que estão a voar - as pessoas dizem, ok, eu consigo voar - ou criar um terramoto ou fazer desaparecer pessoas. Mudar as formas dos objetos enquanto vocês olham para eles não é tão fácil, mas é muito interessante. Pergunta - Como?! No sonho, fazer desaparecer pessoas? - Sim. Um dos pontos fundamentais, depois, é mudar o sonho porque, muitas vezes, as pessoas percebem que estão a sonhar porque são ameaçadas em algumas situações e então nesse momento percebem que é um sonho e mudam este sonho. Ou senão, pode acontecer sem estar a ser ameaçada. Acontece muitas vezes que a pessoa, simplesmente, toma consciência de que é um sonho. E então pode mudar, por exemplo, as medidas das coisas, ou a cor das coisas ou levantar as coisas. Pergunta - Mas isso não é bom? - Pode ser bom porque estas não são coisas verdadeiras. Se a pessoa, ou qualquer coisa que está a acontecer for verdadeira, vocês não conseguem mudar o sonho. Este é um ponto crucial. Ou seja, se vocês estão efetivamente com uma pessoa, não conseguem mudar nem a forma, nem nada, porque não é uma produção vossa. Portanto, podem ficar descansados. Há um ditado budista que diz: se encontras Buda, mata-o. Por esta razão: porque se não for uma ilusão o mundo do além, vocês não conseguem fazer nada. Não conseguem alterar o sonho; se for uma ilusão, como me aconteceu. Por acaso eu sonhei com uma pessoa que eu conhecia e que para mim é confiável do ponto de vista espiritual. Ela estava a falar e não fazia muito sentido o que estava a dizer, portanto, eu comecei a tentar mudá-la e, efetivamente, consegui mudar a aparência.